O pintor russo Pyotr Pavlensky, que
pregou seus testículos com um martelo nos paralelepípedos da Praça Vermelha de
Moscou em uma ação de protesto contra o Kremlin, foi liberado nesta
segunda-feira (11) sem acusações.
O tribunal Tverskoy da capital russa
se negou a estudar a denúncia apresentada pela polícia por "falta de
indícios" de um delito, segundo Yekaterina Korotova, porta-voz da corte,
citada por agências russas.
Korotova explicou que o expediente
aberto pela polícia se baseia no artigo 20.1 do Código Penal russo, que
descreve o delito de "leve vandalismo" como uma violação da ordem
pública com "agressão e blasfêmia", indícios que não figuram na
denúncia.
Pavlensky, por sua vez, se mostrou
surpreendido por sua libertação e a recusa do tribunal de abordar seu caso. "O
que acaba de acontecer no tribunal eu não entendi. Foi muito inesperado",
disse à emissora de rádio russa RSN.
O ativista foi hospitalizado e
depois detido após pregar seus testículos em frente ao mausoléu de Lênin na
Praça Vermelha de Moscou, em uma ação de protesto que o polêmico artista
denominou Fixação e que coincidiu com a celebração na do Dia da Polícia.
Completamente nu e com suas partes
íntimas cravadas nos paralelepípedos, Pavlensky ficou imóvel durante mais de
uma hora olhando seus testículos, em uma ação que qualificou de "metáfora
da apatia, da indiferença política e do fatalismo da sociedade atual
russa".
Não é a primeira vez que o artista
de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, usa o próprio corpo para
expressar seu protesto contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin. Em 3 de maio,
Pavlensky voltou a ficar totalmente nu para se enrolar em um arame de espinhos
em frente ao edifício da assembleia legislativa de São Petersburgo em uma ação
que chamou "Corpo" e que simbolizava "a existência humana em um
ambiente de repressão legal, quando o mais mínimo movimento provoca uma
duríssima reação do sistema legislativo, que se crava no corpo do
indivíduo".
Em junho, Pavlensky costurou a boca
em uma ação de apoio ao grupo punk Pussy Riot, dois de cujas integrantes estão
presas por cantar contra Putin no principal templo da Igreja Ortodoxa Russa.
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