O Governador do Estado, Sebastião Viana, recebeu em seu
gabinete, dia 26 de setembro, lideranças indígenas que
foram convidá-lo, para inauguração de uma base comunitária e de apoio
turístico, na aldeia Lago Lindo, situada nas terras do Jordão, no Acre.
Estavam
presentes o Secretário de Turismo do Estado Leonildo Rosas, o Assessor de
Assuntos Indígenas do Estado, Zezinho Yube, o Diretor da Assessoria de Assuntos
Indígenas do Acre, Marcelo P. Iglesias, o cacique da Aldeia Lago Lindo Siã Huni
Kuin, a jovem liderança indígena Bane Sales e o Secretário Municipal dos Povos
Indígenas do Município de Jordão, João Sales.
A obra é fruto de uma parceria do Governo do Estado com o
Governo Federal, e o principal objetivo é a melhoria da qualidade de vida nas
aldeias. Além de dois grandes alojamentos, foram construídos uma cozinha geral
e vários banheiros.
Os povos das aldeias, esperam com isso, ter melhores
condições de acolhimento ao crescente número de turistas que vem visita-los
todos os anos.
Além deste assunto, outros temas relacionados foram
tratados, como o plantio de mandioca, a criação de aves, além de açudes para a
criação de peixes, que estão sendo estimulados nesta gestão. Além de promover a
auto sustentabilidade, o objetivo é incentivar a prática de uma alimentação
mais saudável, principalmente na merenda das escolas, das crianças nas aldeias.
Com este ponto de vista, praticamente medicinal, a meta do governo do Estado, é
promover a saúde preventiva da população indígena, a fim de que sejam banidos
em tempo, hábitos alimentares nocivos, como por exemplo, o uso de enlatados e
produtos industrializados nestes lugares.
Turismo poderá melhorar a qualidade de vida da população. Imagem João Bráz |
Em um dos lugares mais lindos do Jordão, a aldeia Lago Lindo
é uma das muitas existentes às margens das águas do rio Tarauacá. Em suas
raízes, possue a tradição dos povos huni kuins (povos verdadeiros), também
chamados kaxinawás, denominação colocada pelos senhores brancos, dos antigos
seringais.
De
qualquer maneira, cada vez mais, é crescente a procura de estrangeiros ou
pessoas de vários lugares do Brasil, em busca de conhecer os costumes e a
maneira de viver nas aldeias, principalmente o lado místico e cultural. Na
verdade, o turista que por lá chega, é um turista bastante diferenciado daquele
que procura o luxo de hotéis ou a descontração das praias do nordeste. Por isso
o cuidado em recebê-los e a sabedoria necessária que deve existir dos dois
lados: tanto dos que vão para lá, como daqueles que os recebem. Os povos
indígenas do Acre, ainda estão aprendendo a organização básica para o
acolhimento quando os visitantes chegam em grande número, como também, o mínimo
de segurança e conforto que devem oferecer para recebê-los; os visitantes, por
sua vez, devem possuir a sabedoria necessária para não levar para lá, coisas
que possam ser nocivas a comunidade ou que possam estimular uma certa diferença
social ou descaracterização entre eles.
Para
isto, a FUNAI também não tem medido esforços para ajudá-los nesta integração, a
fim de proteger ambas as partes e manter a harmonização entre elas. Por fim, a
mistura de costumes é inevitável.
Mas,
desde que sejam bons costumes, tudo é válido: os índios adoram ouvir as boas
músicas vindas de fora, como também, os visitantes amam escutar por uma noite
toda, os cânticos tranquilos e diferentes, de linguajar incompreensível dos
amigos indígenas. A lua cheia, o barulho dos animais nas matas, a
simplicidade... é isto que o turista almeja para ele. Eu chamaria este tipo de
turismo, de esotérico. São turistas que amam o silêncio e o retiro. A única
coisa que querem é o contato com a natureza e viver a espiritualidade dos povos
da floresta.
Fonte: Amazônia Mística
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