domingo, 23 de dezembro de 2018

Jorge Viana presta contas do mandato em seu último discurso no Senado.


Parlamentar, que encerra o mandato em janeiro de 2019, falou sobre sua atuação política e demonstrou preocupação com o futuro

O senador Jorge Viana fez na manhã desta quinta-feira (20), da tribuna do Senado, seu último discurso desse mandato como parlamentar, que encerra em janeiro do próximo ano. Para ele, o trabalho no Senado deu continuidade à sua trajetória na política, iniciada em 1990, quando se candidatou pela primeira vez ao governo do Acre.
“Desde a primeira vez que me candidatei ao cargo de Governador em 1990, apresentei um plano de trabalho. Não fui eleito naquela ocasião, mas ajudei a mudar a política no Acre”, relembrou. “Quando fui Prefeito de Rio Branco em 1992, coloquei esse plano na prática. Recebemos uma cidade suja, desmantelada; entregamos uma cidade moderna e bonita, com identidade amazônica, restaurada, com a criação de parques e áreas verdes”.
Jorge Viana prosseguiu seu discurso resgatando também sua atuação política quando esteve à frente do governo do Acre por dois mandatos consecutivos. “No início do meu mandato como Governador, o Vale do Purus estava de costas para o Vale do Juruá. Quatro anos depois, tínhamos um Acre integrado economicamente, socialmente e culturalmente. Sonhos antigos e sempre adiados, como ter uma faculdade pública de Medicina, o Hospital do Juruá do idoso e da criança e a implantação de UTIs, foram finalmente realizados, vale ressaltar, com a imprescindível ajuda do então Senador e médico Tião Viana”.
A gestão, segundo Jorge Viana, atendeu a todos os municípios, independentemente de partido político. “Todos, absolutamente todos os municípios foram apoiados, sem deixar que eventuais divergências políticas prejudicassem a população – tudo isso mantendo a economia em pleno vapor”, destacou.
A experiência no Executivo, segundo Jorge Viana, foi o que definiu seu mandato como senador. “Atuei em várias frentes de trabalho e tenho certeza de que consegui dar uma boa contribuição em todas elas”. Assim como fez no governo, em todos os anos de mandato como senador, Jorge Viana destinou recursos de emendas individuais para atender aos 22 municípios do Acre em projetos de obras e serviços para órgãos públicos ou de investimento direto nas comunidades. Na parte legislativa, procurou dar atenção especial aos direitos dos consumidores acreanos.
“Dei atenção ao transporte aéreo tanto na busca de diminuir os preços das passagens quanto de aumentar a frequência de voos. Reivindiquei a baixa dos preços dos combustíveis, que considero absurdos em nossa região. Defendi melhorias no serviço de telefonia e internet. Mantive a constante vigilância sobre o juro dos cartões de crédito, desde o fortalecimento da Defesa Civil para o atendimento nas grandes enchentes e secas até o apoio ao livre comércio na fronteira”.
Jorge Viana esteve à frente de importantes debates do cenário nacional brasileiro. Foi relator e articulador da aprovação do novo Código Florestal, que, segundo ele, pacificou as relações no campo, dando segurança aos produtores e proteção ao meio ambiente. Foi relator da Lei do Acesso à Biodiversidade e da nova Lei da Ciência, Tecnologia e Inovação, “com as quais o Brasil pode ter um grande ciclo de desenvolvimento”.
O senador acreano também trabalhou na atualização do Código Penal, para que o Brasil pudesse ter novos instrumentos legais no combate à violência. E foi autor de propostas de emenda à Constituição que ganharam repercussão nacional, como a que torna o crime de estupro imprescritível (aprovada no Senado e aguardando votação na Câmara dos Deputados) e a que propõe a redução no número de parlamentares do Congresso Nacional (que ganhou o apoio de quase 2 milhões de brasileiros no Portal E-cidadania, do Senado Federal).
Preocupação com o futuro
O senador afirmou ainda estar preocupado com o futuro do país. “Me preocupa, por exemplo, a condução de políticas públicas fundamentais, como a sustentabilidade na Amazônia e o debate sobre as mudanças climáticas como um todo. Assim como a defesa dos povos indígenas e toda a pauta relativa aos direitos humanos”.

E, no encerramento de sua fala, transmitiu palavras de incentivo. “Mantenham uma esperança ativa, vigilante e participativa. Nossa história é de heroísmo, baseada na solidariedade e no amor à nossa terra. E somos nós mesmos que a escrevemos, em cada momento decisivo, quando defendemos as conquistas de nossos antepassados. Como diz o Hino Acriano, ‘sem recuar, sem cair, sem temer’. Meu desejo sincero é que as boas causas que defendi continuem a ser defendidas pelas instituições do Estado, pelas organizações civis, pelas empresas e, principalmente, pelos cidadãos e cidadãs do Acre.”

Fone: Assessoria

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Fundador da Ecotrópica, Adalberto Eberhard será o novo presidente do ICMBio.


 
O novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) será o veterinário Adalberto Eberhard, conhecido pelo seu trabalho na conservação do Pantanal Matogrossense. Esta notícia derruba o boato anterior, de que o ICMBio seria fundido com o Ibama. O novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, apresentou o nome do veterinário em reunião nesta quarta-feira (19) ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. Ainda não se sabe o nome de quem presidirá o Ibama.

No Ministério do Meio Ambiente, já se sabe que a Secretaria de Biodiversidade será comandada pelo ambientalista José Truda Palazzo Junior, que atualmente era coordenador de Desenvolvimento Institucional do Projeto Baleia Jubarte. Truda foi fundador do Projeto Baleia Franca e é colunista de ((o))eco. Sua última coluna, publicada em março, versava sobre a criação de Unidades de Conservação marinhas nos arquipélagos de Pedro e São Paulo e de Trindade e Martim Vaz, criadas pelo governo Temer.

Um conservacionista no ICMBio

Adalberto foi fundador e presidente da ONG Ecotrópica, responsável por gerir 54 mil hectares de três reservas particulares – as do Acurizal, do Dorochê e da Penha, – no Pantanal Matogrossense, quase na fronteira com a Bolívia, na Serra do Amolar.

Também ocupou o cargo de diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente durante o governo Dilma Rousseff, mas foi exonerado após o impeachment. Em 2007, o fundador de ((o))eco, Marcos Sá Corrêa, escreveu um perfil sobre o ambientalista.

A primeira notícia sobre a indicação de Eberhard saiu na revista Crusoe. A reportagem de ((o))eco citou a matéria para uma fonte no ministério do Meio Ambiente, perguntando se a notícia já estava circulando por Brasília. O servidor do segundo escalão foi pego de surpresa e disse que parecia para ele impossível: a escolha de Adalberto Eberhard era boa demais para "esse governo".   


Fonte: O Eco