O governo da Ucrânia abriu
nesta segunda-feira (24) uma investigação criminal contra o presidente
destituído Viktor Yanukovich por "assassinato em massa de civis" e
emitiu uma ordem de prisão contra ele, anunciou o ministro interino do Interior,
Arsen Avakov.
"Foi aberta uma investigação criminal
contra Yanukovich e outros funcionários por assassinato em massa de civis. Foi
emitida uma ordem de prisão contra ele", disse.
Yanukovich estaria na província
autônoma da Crimeia, pró-Rússia, viajando de carro para uma destinação
desconhecida, disse Avakov.
Ele estaria em fuga acompanhado de
um assessor.
Yanukovich, de 63 anos, deixou a capital,
Kiev, de helicóptero na sexta-feira, em meio à revolta popular contra seu
governo após três dias de conflitos que deixaram mais de 80 pessoas mortas.
Desde então, ele teria fugido
"em ziguezague", com seu assessor Andriy Klyuev, de Kiev a Kharkiv,
no leste do país, então para seu reduto em Donetsk, onde guardas de fronteira o
impediram de fugir. Após isso, ele foi para a península da Crimeia.
Nesse momento, ao saber que havia
sido oficialmente substituído pelo Parlamento, ele rumou ao aeroporto militar
de Belbek, mas mudou de direção ao saber que forças de segurança estavam
esperando por ele ali.
Em uma residência privada na região de
Balaclava, ele reuniu seus seguranças e deu a eles a opção de continuarem ali
ou irem embora. Alguns entregaram suas armas oficiais e foram embora.
"Com os guarda costas
restantes, Yanukovich, acompanhado por Klyuev, fugiu, em três carros, rumo a um
destino desconhecido, após desligar toda comunicação", disse Avakov.
Novo governo
A Ucrânia inicia nesta segunda as negociações para tentar se recuperar de três meses de revolta e confrontos violentos e formar um novo governo de coalizão.
A Ucrânia inicia nesta segunda as negociações para tentar se recuperar de três meses de revolta e confrontos violentos e formar um novo governo de coalizão.
A chefe da diplomacia europeia,
Catherine Ashton, deve visitar Kiev nesta segunda-feira para debater com os
representantes do novo governo as medidas que podem ser adotadas para acalmar o
país e estabilizar a economia.
O ministro interino das Finanças,
Yuri Kolobov, afirmou que o país precisa de US$ 35 bilhões durante o período de
2014 e 2015 e pediu ajuda aos países doadores.
"Nós pedimos a nossos sócios
ocidentais a organização de uma grande conferência de doadores", disse.
Durante o fim de semana, o governo
dos Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional anunciaram que estavam
dispostos a ajudar economicamente a ex-república soviética, que enfrenta a pior
crise desde a independência em 1991.
O ministro britânico das Finanças,
George Osborne, afirmou que a União Europeia (UE) também está preparada para
dar seu apoio.
A revolta na Ucrânia teve início em
novembro, quando Yanukovytch decidiu repentinamente dar as costas a uma
aproximação com a União Europeia para privilegiar um acordo comercial com a
Rússia, principal parceiro econômico do país.
Os moradores de Kiev permaneciam
reunidos no centro da cidade, em altares improvisados, para honrar a memória
dos mortos.
O Parlamento ucraniano se reúne
nesta segunda-feira para tentar formar um novo governo.
De acordo com a Constituição, o novo
presidente do Parlamento, Olexander Turchinov, ligado à líder opositora Yulia
Tymoshenko, foi designado chefe de Estado interino.
Turchinov tem prazo até terça-feira
para formar um governo de unidade nacional, que deve organizar as eleições
presidenciais de 25 de maio.
G1.com
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