segunda-feira, 8 de julho de 2013

“O crime está se reorganizando a cada instante”, diz juíza ao revelar que droga entra pela cozinha do presídio estadual.



Corrupção de agentes penitenciários, comércio de drogas e celulares, além da ausência de políticas de reabilitação. Esses são alguns dos fatores que tornam o sistema carcerário do Acre, formado por sete unidades, em um verdadeiro ‘barril de pólvora’. Para agravar ainda mais a situação, a droga entra pela cozinha do presídio estadual Francisco de Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco.

As revelações são da juíza Luana Campos, que atua na Vara de Execuções Penais, feitas oito dias após o Conselho Nacional do Ministério Público divulgar um estudo inédito sobre o sistema penitenciário brasileiro, a partir de um levantamento de dados feito em todos os estados e no Distrito Federal.

Sem raio-x, raquetes adequadas para fazer revistas, detectores de metais, o FOC é considerado frágil. Em entrevista exclusiva ao ac24horas, Luana Campos aponta outro problema que é a corrupção de agentes penitenciários. Segundo a juíza, além da droga, entra celular e outros objetos nos presídios de Rio Branco. No FOC, a cozinha é a porta de entrada.

“Nós já solicitamos a empresa Tapiri que é quem faz a comida na penitenciária, que providencie câmeras de monitoramento para melhorar essa situação. Mas a grande luta mesmo é com a fragilidade total de segurança no presídio”, comentou.

A responsável pela Vara de Execuções Penais não descarta a possibilidade de entrada de armas. Afirma ainda que é inadmissível que um complexo como o FOC apresente grau de fragilidade tão grande. “Eu tenho feito a cobrança dos órgãos públicos, sem respostas a minha última competência seria mandar interditar o local”, disse a juíza.

Luana Campos revelou que não envia mais relatórios para a Secretaria de Direitos Humanos do Governo do Acre, mas para o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) órgão brasileiro responsável pela fiscalização dos presídios de todo o país.


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