Em foto de 6 de fevereiro, jovem mãe acusada de bruxaria é queimada viva |
Duas idosas morreram degoladas em
Papua-Nova Guiné após sofrerem torturas por três dias por parte de seus
vizinhos, que as acusavam de praticar atos de bruxaria, informou nesta
segunda-feira (8) a imprensa local.
O caso aconteceu na semana passada em Lopele, na região autônoma
de Bougainville, apesar da presença da polícia, que não conseguiu dissuadir a
multidão, que tinha armas de fogo, facas e machados, segundo o jornal Courier
Post.
"Não pudemos fazer nada", disse o chefe da polícia de
Bougainville, o inspetor Herman Birengka, que qualificou as mortes como um ato
"bárbaro e absurdo". Segundo Birengka, a polícia tentou negociar a
libertação das duas idosas, sequestradas na terça-feira passada por parentes de
um professor que havia morrido semanas antes.
Os agentes tiveram que desistir
por causa das ameaças da multidão, que culpava pela morte do professor atos de
bruxaria das duas mulhere. Elas foram torturadas com facas e machados durante
três dias, antes de serem decapitadas na frente dos agentes.
Estas mortes se acrescentam às de outras seis mulheres acusadas de
bruxaria que, durante a Semana Santa, tiveram as mãos atadas, foram despidas na
frente de uma multidão e torturadas com ferro quente, antes de serem queimadas
vivas.
A Anistia Internacional exigiu do
governo do país ações preventivas e a punição à caça de bruxas no país, que,
segundo a organização, é utilizada frequentemente para justificar atos de
violência contra as mulheres.
Segundo a Anistia, somente em 2008 houve mais de 50 mortes de
pessoas supostamente envolvidas com bruxaria, embora as autoridades locais
acreditem que muitos outros assassinatos possam não ter sido denunciados.
R7.com.br
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