segunda-feira, 1 de abril de 2013

ALAGAÇÃO NO ACRE: Desafio nos próximos anos é desabitar pontos de alagação.


Quando o leito natural de um rio ou córrego recebe uma quantidade de água oriunda da chuva que seja maior do que sua capacidade de recebê-la, acaba transbordando e provocando uma enchente.

Este é um processo natural e todo rio necessita de uma área onde a água possa escoar. Geralmente nessas áreas de inundação, muitas pessoas ergueram suas moradias e o rio transborda, alagando as casas.

A primeira imagem que vem à cabeça da maioria das pessoas quando se fala em enchente é a de destruição e prejuízos. Em Rio Branco, não é diferente. Todos os anos, durante o período do inverno amazônico, um mesmo cenário se repete: as águas do Rio Acre transbordam e centenas de famílias ficam desabrigadas. Ano passado 30 bairros foram atingidos.

Na medição realizada das 9h de ontem, o nível do rio estava em 14,74 m. Mais de 380 famílias ainda estão desabrigadas, totalizando 1.942 pessoas. Destas, 678 são crianças.

Clarinha Castro, 60 anos, nem lembra mais quantas vezes sua residência alagou, localizada no bairro Airton Sena. “Perdi as contas de quantas vezes a minha casa foi alagada. Quando alaga, fica péssimo. Na última, quase a minha casa caiu. Não sei se desta vez irá aguentar. Muitas vezes perdi meus eletrodomésticos”.

A dona de casa afirmou que fez a inscrição no programa Minha Casa, Minha Vida, mas nunca foi contemplada. “Já me inscrevi no programa habitacional, mas nunca fui chamada. Tenho muita vontade de sair de lá e não passar mais esse sofrimento. Moro sozinha, quando isso acontece dependo da ajuda dos vizinhos. Tenho fé que um dia eu consiga morar em outro lugar”.

Graças à Deus consegui tirar as poucas coisas que eu tenho. Vivo em muita dificuldade. Minha família é grande, tenho muitos netos. Recebi todos em minha casa, não vou deixá-los na rua sofrendo. Todos dependem de mim. Quero muito morar em outro local, é ruim passar por isso todo ano. Infelizmente minhas condições financeiras não deixam eu me mudar. A nossa única renda é da aposentadoria do meu marido, que é deficiente visual”.

Jornal a gazeta 

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