Segundo a revista, o petista atuava com doleiro em
projeto do governo federal. Deputado alegou 'interesse
particular' e disse que denúncias são 'ilações'.
O vice-presidente da Câmara, André Vargas
(PT-PR), entregou nesta segunda-feira (7) à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara
carta com pedido de afastamento temporário por 60 dias do mandato de deputado
federal (veja a íntegra da carta ao final
desta reportagem).
Vargas é alvo de denúncia de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef,
preso pela Polícia Federal. Parlamentares de oposição pedem investigação da
conduta do petista.
Após o pedido, a assessoria do deputado divulgou nota na qual afirmou que a decisão foi tomada para "preservar" a Câmara enquanto Vargas prepara sua defesa. Segundo o documento, Vargas está "à disposição" dos órgãos competentes para prestar esclarecimentos (leia a íntegra da nota abaixo).
O doleiro Alberto Youssef foi preso em março por suspeita de movimentar cerca de R$ 10 bilhões por meio de lavagem de dinheiro. De acordo com reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", o empréstimo do avião para uma viagem a João Pessoa foi acertado entre Vargas e Youssef por mensagem de celular em 2 de janeiro.
Neste fim de
semana, reportagem da revista "Veja" revelou mensagens de celular
entre André Vargas e Youssef. Segundo investigações da PF mencionadas pela
revista, eles atuavam juntos para fechar um contrato entre uma empresa de
fachada e o Ministério da Saúde. De acordo com as investigações, Vargas ajudava
Youssef a localizar projetos no governo pelos quais poderia ser desviado
dinheiro público.
Em nota divulgada neste domingo, o deputado
admitiu ter amizade com Youssef, mas classificou as denúncias como
"ilações".
"O que vemos é
um julgamento sumário, antecipado, por parte da imprensa privilegiada com
informações vazadas com interesse político, de forma criminosa", disse.
Em relação ao uso
do avião providenciado por Youssef, Vargas disse no plenário da Câmara, na
última quarta (2), que cometeu um "equívoco" e afirmou ter sido "imprudente".
'Interesse particular'
No pedido de afastamento, André Vargas afirma ter motivos de "interesse particular" para a saída temporária. A carta foi protocolada na Secretaria-Geral da Mesa às 14h08 desta segunda. O afastamento começa a valer imediatamente, sem a necessidade da assinatura do pedido pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
No pedido de afastamento, André Vargas afirma ter motivos de "interesse particular" para a saída temporária. A carta foi protocolada na Secretaria-Geral da Mesa às 14h08 desta segunda. O afastamento começa a valer imediatamente, sem a necessidade da assinatura do pedido pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Apesar de não
perder o cargo de vice-presidente, as atribuições do parlamentar na Mesa
Diretora da Casa passam para o 2º vice-presidente, deputado Fábio Faria
(PSD-RN). Como o afastamento é de menos de 120 dias, não será convocado um
suplente para ocupar a vaga de deputado de André Vargas.
Com o afastamento, Vargas ficará sem
receber o salário de deputado, atualmente de R$ 26,7 mil. Ele também perde
outros benefícios financeiros, como as verbas de gabinete.
O afastamento não
impede que a Câmara abra processo de investigação contra Vargas. A previsão é
que nesta segunda partidos de oposição representem contra ele no Conselho de
Ética da Casa.
Na última sexta, o
secretário-geral da Mesa da Casa, o servidor de carreira Mozart Vianna, deu
parecer contrário ao pedido apresentado pelo líder do PSOL, Ivan Valente (SP),
para que a Câmara inicie investigação contra Vargas.
Henrique Alves deverá
assinar o parecer nesta segunda, confirmando a recomendação. Outro processo de
investigação poderá ser aberto após nova representação que deverá ser assinada
por PSDB, Democratas e PPS e apresentada ao Conselho de Ética da Câmara.Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria de André Vargas nesta segunda-feira:
G1.com
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