O conteúdo de livros
didáticos comprados para uso nas escolas da rede municipal de Taubaté (SP), por
33 mil alunos a partir de seis anos, preocupa os pais. Quatro obras apresentam
conteúdo considerado pelas mães impróprio para as crianças – uma delas, o ‘ABC
Doido’ supostamente faria apologia ao diabo. O caso será investigado pela
Câmara.
No livro, a letra T é
associada ao tridente e, na página estão figuras do diálogo que ensina que a
letra T não é a da cruz. Em outros exemplares, as mães dizem que o problema
está nas palavras escolhidas para compor os textos e nas mensagens passadas
pelas obras como em ‘Terríveis Romanos’, que ensina um passo a passo de como
analisar as tripas de animais para ser um vidente
Um trecho diz ‘é provável
que sua mãe não ache graça em você estripando um animal dentro de casa. Se for
o caso, vá a um criadouro e compre um coelho inteiro para fazer a leitura’.
“Eu li o livro que chegou
para ela [filha] e vi que tinham umas palavras muito fortes”, contou uma mãe.
“É como se estivesse induzindo ele [aluno] a fazer algo. Eu estou ensinando ele
o certo, para forjar o caráter dele para ele ser um homem de bem e, na escola,
ele aprendendo outra coisa”, disse a auxiliar de limpeza Claudia David, mãe de
outro aluno.
Na última sessão da
Câmara, os vereadores decidiram convocar a secretária de Educação, Edna Chamon,
para prestar esclarecimentos. Ela será ouvida na próxima segunda-feira (17),
mas adiantou que as obras fazem parte de um programa de leitura aprovado pela
equipe técnica da prefeitura e que as leituras são contextualizadas e
discutidas em sala de aula.
Ela destacou que todos os
livros que compõe os kits distribuídos aos alunos são referência e alguns, como
o ‘ABC Doido’, premiados. Na avaliação da secretária, as leituras são adequadas
e continuarão no cronograma da rede municipal. “São materiais técnicos, dentro
de uma proposta técnica, títulos inclusive comercializados em mais de 40
países”, defendeu.
O vereador Noilton Ramos
discorda e considera que o material não é apropriado para a idade. “Vamos
perguntar para a secretária o porquê que ela colocou esses livros, que nós
entendemos que é para uma idade maior, o porquê que foi colocado?”, afirmou o
parlamentar.
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