Ao
discutir o tema de políticas alternativas de combate às drogas, Maria Sílvia
Napolitano, coordenadora da Coordenadoria Especial de Promoção das
Políticas Públicas de Prevenção à Dependência Química da Prefeitura do Rio, escreveu
um texto esclarecedor no jornal O Globo desta segunda-feira (24).
Para
Maria Napolitano, hoje em dia, não
faltam declarações de apoio à liberação das drogas e à descriminalização de
entorpecentes. Os resultados das pesquisas parecem, no entanto, não merecer a
mesma importância para informar a população sobre os elevados riscos de
experimentação, seja em nome do prazer, seja em busca da remoção de algum
desconforto.
O discurso pela liberação vem se sustentando no fracasso da
política de repressão às drogas. A posição de um país vizinho, o Uruguai,
alimenta a possibilidade do nascimento do narcotráfico, favorecendo a criação
de um mercado negro, com ricas vantagens impossíveis de serem controladas. Na
Holanda, um dos países mais tolerantes no uso de drogas, o tráfico nunca foi
banido, e usuários, após consumir a quantidade permitida por lei, procuravam a
droga nas mãos dos traficantes para saciar uma compulsão crescente.
O aumento do consumo e a precocidade com que os jovens vêm
experimentando variados tipos de drogas alertam especialistas numa direção
comum: é preciso trabalhar na prevenção! A prevenção no sentido de educar,
conscientizar o jovem para assumir atitudes responsáveis na identificação e no
manejo de situações de risco que a droga pode causar e que possam ameaçar a sua
dignidade.
A droga uma vez disponibilizada irá aumentar a oferta e, portanto,
o consumo, indo na contramão da redução da demanda. O consumo representa um
grave problema de saúde pública, com sérios prejuízos para as famílias e para o
Estado. A questão fundamental é: por que um governo desejaria estabelecer e
financiar um sistema que venha tornar seus cidadãos doentes e dependentes?
Não precisamos da Justiça para legalizar o caminho que conduz os
jovens a uma destruição catastrófica num prazo muito curto. Avançar
culturalmente na compreensão do processo de consumo de drogas significa
caminhar em direção à liberação de substâncias químicas que alteram o ânimo, o
comportamento e a consciência?
Como
podemos chamar de evolução leis que colocam em risco a vida das pessoas? E como
podemos envolver nas discussões sobre políticas públicas para o desenvolvimento
sustentável o uso de drogas que colocam em perigo o discernimento essencial
para salvar o ser humano de sua autodestruição?
Precisamos que legisladores e magistrados assegurem aos jovens
cidadãos a certeza de encontrar amparo para o amadurecimento consciente de suas
escolhas, com responsabilidade e clareza. É urgente, portanto, que ações
preventivas contra o uso das drogas sejam promovidas e discutidas por todos.
Fonte: Verdadegospel.com
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