Embora
a desigualdade ainda seja alta no Brasil, ela está hoje em seu menor nível da
história estatisticamente documentada, que tem início nos anos 1960, segundo
Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“A
queda da desigualdade aconteceu durante dez anos consecutivos, sem interrupção,
o que é algo inédito”, disse. “De junho de 2011 a junho de 2012, a desigualdade
está caindo tanto quanto estava caindo antes, ou seja, não está desacelerando.
Nos últimos 12 meses terminados em junho de 2012 a desigualdade caiu 3,2%, que
é uma média muito forte.”
Segundo
Marcelo Neri, em todos os outros países integrantes do Brics, a desigualdade
está subindo, inclusive naqueles que já a tinham de forma acentuada, como a
África do Sul.
Pobreza
O presidente do Ipea lembrou que a meta do milênio é diminuir a pobreza à metade em 25 anos. “O Brasil fez mais que isso, reduziu mais de 50% em dez anos”, falou.
O presidente do Ipea lembrou que a meta do milênio é diminuir a pobreza à metade em 25 anos. “O Brasil fez mais que isso, reduziu mais de 50% em dez anos”, falou.
De
acordo com os dados, de 2003 a 2011, 23,4 milhões de pessoas saíram da pobreza
– sendo que 3,7 milhões só entre 2009 e 2011. Para ele, “a educação é a
força-motriz deste processo”.
O
crescimento dos salários é o principal indicador para a melhoria, aponta o
estudo intitulado "A Década Inclusiva". É o que responde por 58% da
diminuição da desigualdade. Em segundo lugar vem os rendimentos
previdenciários, com 19% de contribuição, seguido pelo Bolsa Família, com 13%.
Os 10% restantes são benefícios de prestação continuada e outras rendas.
Neri
ressaltou que, dentre todos os vetores para a diminuição da desigualdade, o
Bolsa Família é o mais eficaz, do ponto de vista fiscal. "Se todos os
recursos pudessem ser canalizados à mesma taxa para o Bolsa Família, ao invés
da previdência, a desigualdade teria caído mais 362,7%", exemplificou Neri
no estudo.
A
disparidade de renda entre brancos e negros também se alterou. Segundo os dados
apurados pelo Ipea, a parcela da população que se declara como negra teve
crescimento da renda de 66,3% nos dez anos. Maior variação foi apurada entre os
pardos (85,5%). Entre os brancos, o crescimento foi de 47,6%.
O
recorte por regiões mostra que no Nordeste a renda subiu 72,8%, enquanto no
Sudeste cresceu 45,8%, sempre no mesmo período de comparação.
Fonte g1.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário