A Petrobrás começou
a dispensar nesta quinta-feira funcionários terceirizados em unidades
operacionais. Cortou cerca de 1,2 mil funcionários em Macaé, no Norte
Fluminense. Os trabalhadores prestavam serviços em áreas administrativas, na
sede da estatal na cidade, em apoio às operações embarcadas da Bacia de Campos.
Entre os demitidos estão contadores, administradores e engenheiros - todos tinham nível superior. A categoria confirmou greve a partir de domingo. Os demitidos foram avisados na quarta-feira do término do contrato entre a Petrobrás e a empresa Spassu Tecnologia e Serviços, do Espírito Santo, responsável pelas contratações.
Os trabalhadores estavam com contrato temporário há dois meses, à espera da renovação do acordo anterior, de três anos, com a estatal. Sem a prorrogação, foram cortadas vagas nas áreas de comunicação, consultoria e suporte de tecnologia da informação. Em nota, a estatal confirmou o desligamento, justificado pelo encerramento do prazo contratual com a empresa, e comunicou que “não haverá prejuízos às operações”.
Contratos
Ao todo, cinco contratos da Spassu venceram
no último dia 31 de agosto, conforme dados públicos da própria estatal. Os
contratos foram firmados entre 2010 e 2012 e somavam cerca de R$ 60 milhões.
Mesmo com os cortes, a empresa terceirizada ainda possui mais de 20 contratos
ativos com a Petrobrás, dois deles com término previsto até novembro e os
demais com vencimento até 2017. Desde 2007, a companhia firmou 55 contratos
com a estatal que somavam cerca de R$ 700 milhões.
Greve
As demissões foram discutidas em encontro,
nesta quinta-feira, entre representantes da estatal e a Federação Única dos
Petroleiros (FUP). A entidade que reúne diversos sindicatos do
País apresentou à empresa a pauta de reivindicações da greve marcada para o próximo domingo.
Não houve consenso e os sindicalistas
abandonaram a reunião por discordar do modelo de negociações proposto pela
petroleira. A estatal propõe negociações segmentadas para cada empresa ligada à
Petrobrás, o que a FUP considera como uma “afronta à organização sindical”. Os sindicalistas estão há dois meses em
estado de greve. Já realizaram uma paralisação de advertência em julho, com
adesão de 24 plataformas e outras unidades de produção.
A pauta de reivindicações da categoria, que
inclui a suspensão do programa de desinvestimentos e a conclusão das obras do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Refinaria Abreu e Lima
(Rnest). “É inadmissível o fatiamento da empresa, seja através da venda de
ativos ou da imposição de mesas de negociação desintegradas”, informa o
comunicado publicado pela FUP.
FonteMSN/Brasil
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