Centenas de donativos que deveriam ter
sido entregues às vítimas da pior cheia da história de Porto Acre, município distante 72
quilômetros de Rio Branco, estragaram antes de chegar às mãos de quem mais
precisava. Colchões, leite em pó, massa para mingau e galões de água são
mantidos em um depósito e em salas de uma escola abandonada no município. A
denúncia foi feita por moradores.
O funcionário público, Pedro Bezerra, 46
anos, procurou formalizar a denúncia no Ministério Público do Acre
(MP-AC) nesta quarta-feira (24). Indignado com a situação, ele conta que recebe
ameaças por causa da denúncia e que lamenta pelas pessoas que nunca chegaram a
receber a ajuda necessária.
"Muitas pessoas passaram fome na
beira do rio e perderam tudo, enquanto isso, a prefeitura faz esse descaso com
a população. Com essa denúncia, esperamos uma resposta das autoridades, mas não
adianta ele tirar esses alimentos e materiais de um local e jogar em outro, o
que ele precisa fazer é distribuir para o povo carente que sofreu na
alagação", destacou. Leia mais aqui.
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia desta
quinta-feira (25), o prefeito de Porto
Acre, Carlos Portela, se defendeu da denúncia de que centenas de
donativos destinados às vítimas da cheia estariam estragando em um depósito.
Ele afirmou que todas as famílias afetadas receberam os produtos. Portela
acusou servidores públicos de liderarem o saqueamento ao depósito, instalado na
Escola Municipal Nilcen Machado da Rocha, na quarta-feira (25). O gestor
informou que a prefeitura deve concluir as entregas até o final desta semana.
Segundo Portela, os
dois denunciantes são servidores públicos que lideraram o movimento de saque
dos colchões. "Os servidores públicos, Jairo Neves e Pedro Bezerra,
lideraram o movimento de saque e que vão responder um inquérito policial. Os
colchões estavam em poder do Estado e a própria Defesa Civil acompanhava todo o
processo. Já haviam sido entregues alguns materiais e estava planejado que
sexta-feira [26] e sábado [27] seriam entregues todos os demais donativos que
estavam no estoque", afirma. Veja toda entrevista aqui.
G1/Ac
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