Lei foi publicada
no Diário Oficial da União desta quinta-feira.
Anvisa via com preocupação liberação sem garantia de eficácia e segurança.
Apesar de a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter visto com preocupação a
liberação sem garantia de eficácia e segurança, a presidente Dilma Rousseff
(PT) sancionou a lei que autoriza o uso da substância fosfoetanolamina
sintética, apelidada de "pílula do câncer", por pacientes
diagnosticados com tumores malignos.
A sanção da lei
número 13.269, de 13 de abril de 2016, foi publicada no Diário Oficial da União
desta quinta-feira (14). O artigo 1º destaca que "esta Lei autoriza o uso
da substância fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com
neoplasia maligna".
O artigo 2º
ressalta, porém, que só "poderão fazer uso da fosfoetanolamina sintética,
por livre escolha", os pacientes que apresentarem "laudo médico que
comprove o diagnóstico" e "assinatura de termo de consentimento e
responsabilidade pelo paciente ou seu representante legal".
Aprovação no
Congresso
O Senado aprovou no dia 22 de março, em votação simbólica, o projeto de lei que permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética. Como não houve alterações ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto seguiu para a sanção presidencial.
O Senado aprovou no dia 22 de março, em votação simbólica, o projeto de lei que permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética. Como não houve alterações ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto seguiu para a sanção presidencial.
Desenvolvida pela
Universidade de São Paulo (USP)
para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura
para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e
não tem eficácia comprovada.
“Ficam permitidas
a produção e manufatura, importação, distribuição e prescrição, dispensação,
posse ou uso da fosfoetanolamina sintética, direcionadas aos usos de que trata
esta lei, independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional,
enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca dessa substância”, diz o
texto.
O projeto
ressalva, porém, que a produção da “pílula do câncer” só pode ser feita por
“agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária
competente”.
Surgimento da
pílula
A
fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da
USP em São Carlos, pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado. Apesar
de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram
entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.
Em junho do ano
passado, a USP interrompeu a distribuição e os pacientes começaram a recorrer
da decisão na Justiça. Em outubro deste ano, a briga foi parar no Supremo
Tribunal Federal (STF), que autorizou a produção e distribuição do produto.
Mas, desde
novembro, por causa de uma nova decisão judicial, a distribuição da substância
estava proibida. A polícia chegou a fechar um laboratório em Conchal (SP), que
estava produzindo ilegalmente a substância.
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