segunda-feira, 28 de julho de 2014

FUNAI prevê chegada em massa de índios isolados na fronteira do Acre.


O coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai), Carlos Lisboa Travassos diz, em entrevista exclusiva à agência Amazônia Real, que a equipe responsável pelo contato com os índios desconhecidos da fronteira do Acre com o Peru enfrentou a desconfiança e o medo para convencê-los a tratar com remédios dos “brancos” uma gripe capaz de exterminar todo a tribo, que vive em local de difícil acesso da floresta do oeste da Amazônia brasileira.

Travassos afirma que os índios isolados recém contatados foram identificados como o povo do rio Xinane, pertencente ao tronco lingüístico Pano. Sem resistência para doenças como pneumonias, eles foram convencidos a tomar os remédios pelos interpretes da etnia Jaminawá, que falam dialetos da mesma língua. O próximo passo é vacinar todo o grupo.

Na entrevista à Amazônia Real, o coordenador-geral de Índios Isolados diz  que a situação na fronteira é crítica. Na região há várias tribos compartilhando o mesmo território pacificamente. Mas a perspectiva é de que haja uma aproximação massiva do grupo indígena isolado na base da Funai do rio Xinane, o que exigirá, segundo Travassos, de uma resposta do governo brasileiro na proteção da integridade física e cultural da etnia. Ele disse que a Funai pediu ajuda ao Itamaraty para intermediar a participação do governo peruano nas ações.


A base do Xinane fica localizada na Terra Indígena Kampa e Isolados do Rio Envira, entre os municípios de Feijó e Jordão (Acre), com acesso possível apenas de aeronave ou barco, o que exige recursos para logística e a contratação de servidores. Nesta região vivem os ashaninka e há vestígios de mais duas tribos desconhecidas, o povo do Riozinho e o povo do Rio Humaitá.


Carlos Travassos disse que o contato na aldeia Simpatia dos índios ashaninka, que aconteceu no dia 26 de junho, por pouco não deu certo.


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