Os seringueiros da Reserva
Extrativista do Alto Tarauacá, uma unidade de conservação federal localizada
entre os municípios de Tarauacá e Jordão, receberam recentemente a ONG SOS-AMAZONIA, juntamente com a Associação a qual os moradores e
seringueiros são sócios, para fazer um cadastro daqueles que ainda
tem vontade de voltar a trabalhar como seringueiro.
Essa foi apenas a primeira
etapa e até o momento já foram cadastrados mais de 40 seringueiros. o proximo passo aconteceu dia 28 de outubro onde aconteceu uma reunião
na comunidade Restauração com uma parte desses inscritos e dia 30 no município de Jordão com os demais, com o objetivo de discutir os acordos entre produtor e comprador, formas de pagamento
e transporte da borracha até a cidade de Tarauacá.
Até ai tudo bem, a questão tem
sido a forma desse cadastramento pois faz perguntas que os seringueiros acharam
desnecessárias ou tendenciosas uma vez que quer saber até se o morador desmatou
pra campo em mata virgem e quantas hectares.
O problema, segundo eles, é
que o comprador é uma empresa francesa a Vert, em parceria com o governo da Inglaterra e
faz toda negociação através de ONGs via cooperativas e associações sem a
participação do Governo Brasileiro, o que pode resultar em mais proibições aos
moradores com relação a criação de gado, que hoje funciona como uma poupança em
casos de tratamento de saúde, compra de um equipamento de maior valor etc,
entre outras atividades que são vistas pelos órgãos de controle, como não é viável
dentro de unidade de conservação.
Alguns moradores expressaram
seu medo com essas parcerias e o que isso pode nos trazer de bom ou ruim daqui
alguns anos, como por exemplo, extinção total do gado, diminuição de áreas para
roçado, proibição da caça e pesca de subsistência das famílias.
O presidente da Associação dos
moradores disse estar atento a essas questões e realmente é um caso de se
pensar e ir em busca da verdade que pode estar oculta por trás desses
interesses. O presidente acredita que estas iniciativas devem sim melhorar em
muita a vida dos extrativista, mas o processo é muito burocrático e que o
governo brasileiro precisa criar meios para simplificar a compra e a venda da
borracha produzida por esses seringueiros.
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