Estudo inclui dez
termelétricas da Alemanha entre as 30 mais prejudiciais ao clima na UE,
arranhando a imagem do país que lidera redução das emissões de CO2 no bloco.
Bruxelas critica planos para usinas a carvão fóssil.
De acordo com um
estudo do Instituto de Ecologia Aplicada (Öko-Institut) de Freiburg,
encomendado pela ONG ambientalista WWF e divulgado nesta quinta-feira (10/05)
em Berlim, dez termelétricas alemãs estão entre as 30 mais poluentes da União
Européia.
Seis dessas
usinas estão localizadas no estados da Renânia do Norte-Vestfália, de
Brandemburgo e da Saxônia. A líder alemã neste ranking negativo é a
termelétrica de Niederraussen, na Renânia, que em 2006 teria emitido 27,6
toneladas de CO2 (veja a lista abaixo em PDF).
A termelétrica
mais poluidora da UE, de acordo com o estudo, é a de Ágios Dimitrios, na
Grécia, que despeja 1,35 kg de CO2 na atmosfera por quilowatt/hora gerado.
Segundo o WWF, a
análise baseou-se em dados levantados em 2006, no âmbito do comércio de
emissões. O estudo mostrou que, no ano passado, as "trinta termelétricas
mais sujas" foram responsáveis pela emissão de 393 milhões de toneladas de
CO2, o que corresponde a 10% das emissões européias.
Críticas a novos projetos
O WWF conclamou o
governo em Berlim a finalmente cortar os subsídios e privilégios concedidos à
"geração de energia prejudicial ao clima" à base de linhita [um tipo
de carvão fóssil de cor acastanhada e com alto teor de carbono].
Essa política,
acrescenta a organização ecológica, contradiz o discurso da chanceler federal
alemã, Angela Merkel, que faz uma campanha mundial pela redução das emissões
dos gases do efeito estufa e pelo uso de métodos alternativos de geração de
energia.
Os planos da
Alemanha, de construir pelo menos mais 26 novas termelétricas a carvão fóssil,
vem sendo criticados pela Comissão Européia. O comissário de Meio Ambiente da
UE, Stavros Dimas, lembrou que, sob a presidência alemã, o bloco decidiu
reduzir em 20% as emissões de C02 até 2020.
A UE terá nos
próximos 20 anos uma demanda adicional de 100 mil megawatts de energia. Por
isso, vários países tentam aumentar a eficiência de suas termelétricas. Em
média, termelétricas a carvão produzem duas vezes o volume de CO2 emitido por
termelétricas a gás e até 70 vezes mais do que as hidrelétricas.
Arranhando a imagem do país
As termelétricas
a linhita não só poluem o ar como também arranham a imagem da Alemanha como o
país que, segundo a Agência Européia de Meio Ambiente, é líder europeu na
proteção ao clima.
"Em 2005, a
Alemanha foi o país que mais contribuiu com a redução do efeito estufa na UE, à
frente da Finlândia e da Holanda", revelou um perito da agência na
quarta-feira (09/05) em Copenhague, referindo-se a um relatório a ser divulgado
em junho próximo.
De acordo com
dados fornecidos por Berlim a Bruxelas, a Alemanha reduziu em 2,5% as emissões
de CO2 e outros gases prejudiciais ao clima, enquanto a média européia em 2005
foi de apenas 0,8%. O país é responsável por cerca de 25% das emissões dos 15
"antigos" membros da UE.
Fonte: made for minds
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