BRASÍLIA - O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou nesta quarta-feira a
fala do presidente Jair
Bolsonaro de que teria mais poder do que o deputado por "ter a caneta" e ter a prerrogativa de
editar decretos, como mostrou o Estado. Para Maia, não houve maldade
na fala de Bolsonaro.
"Ele fala da
questão do decreto na importância que um bom decreto tem na regulamentação de
projetos de lei, não tem maldade nenhuma não. Não vamos criar maldade onde não
existe. (...) Não vou ficar entrando em uma frase que eu sei qual foi o
contexto que ele falou para mim e eu não vi maldade nenhuma. Vamos manter o
ambiente distensionado, em que o brasileiro olhe para a gente e saiba que
estamos preocupados em recuperar o país", disse.
Bolsonaro
comentou ontem sobre a conversa reservada com os chefes dos três Poderes e
citou esforços do governo para desregulamentação, revogando normas que ele
considera "descartáveis" e simplificando a legislação e o
licenciamento.
Maia afirmou
também que submeterá a proposta de um pacto entre os três Poderes da República,
apresentada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, aos líderes partidários da
Câmara e que o assinará se tiver a concordância da maioria deles.
"Vou
discutir com deputados os textos para ver o que eu posso assinar em nome da
Casa. Se tiver a maioria dos líderes, pelo menos, porque eu tenho que
representar a maioria num documento que seja assinado pela Câmara", disse.
Maia esteve na
Câmara por pouco mais de meia hora nesta manhã porque o presidente Jair
Bolsonaro foi à Casa para acompanhar uma sessão solene em homenagem ao artista
Carlos Alberto de Nóbrega. O chefe do Executivo foi à pé do Palácio do Planalto
ao Congresso e pegou até mesmo os deputados de surpresa.
De acordo com
Maia, a visita de Bolsonaro ao Congresso não havia sido confirmada previamente.
"Havia a possibilidade, mas não estava confirmada. (...) Ele me ligou mais
cedo e disse que vinha, mas veio rápido demais", disse.
Para Maia, o
gesto mostra que há uma melhora no clima entre os mandatários. "É bom o
presidente vir aqui, prestigiar o homenageado, a Câmara. A gente precisa mais
de diálogo e proximidade do que de conflito. O Brasil está precisando",
disse.
O deputado
destacou ainda que a proximidade do Executivo com o Legislativo é importante
porque "a construção das votações de interesse do Brasil e também do
governo passam muito pela liderança do presidente da República, dos seus
aliados", disse.
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