terça-feira, 14 de maio de 2019

Servidores do Ibama e fazendeiros são presos em operação contra crimes ambientais no Acre.


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Ação ocorre no Acre, Amazonas e Minas Gerais. Segundo órgão, multas eram aplicadas a ‘laranjas’ e área desmatada é duas vezes maior do que área urbana de Rio Branco.

Quinze pessoas foram presas e encaminhadas para a sede da Polícia Federal do Acre, nesta quarta-feira (8), em uma operação contra crimes ambientais cometidos por servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Policiais Militares e fazendeiros.
Os suspeitos são dos estados do Acre, Amazonas (AM) e Minas Gerais (MG). Ao todo, estão sendo cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e 36 de busca e outras diligências. Os investigados somam R$ 147 milhões em multas do Ibama, referentes a 86 mil hectares da Floresta Amazônica.

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A operação, denominada Ojuara, investiga crimes praticados por grandes fazendeiros e, de acordo com a PF, os suspeitos invadiam áreas de preservação para fazer o desmatamento e ameaçavam moradores. Eles seriam protegidos por policiais militares do Amazonas, e conseguiam se livrar das multas com ajuda de funcionários do Ibama, e com a ciência do ex-superintendente do órgão no Acre.

Foram presos PMs do Amazonas, servidores do Ibama no Acre, além de fazendeiros. Os demais mandados de prisão ainda estão sendo cumpridos. As áreas de mata desmatadas eram para criação de gado, segundo a PF.
De acordo com as investigações que estão em andamento desde 2017, a organização criminosa é responsável por extensos desmatamentos no sul do Amazonas, lavagem de dinheiro e corrupção. A PF informou que alguns servidores do Ibama, que estariam sendo liderados pelo ex-superintendente regional do órgão no Acre, estavam recebendo vantagens indevidas para cometer os crimes.

As multas por desmatamento, por exemplo, eram aplicadas a ‘laranjas’ em substituição aos verdadeiros responsáveis, que repassavam informações privilegiadas acerca das datas e locais das fiscalizações ambientais e deixavam de apreender maquinário utilizado para desmatamentos.

Além disso, foi constatado o crime de grilagem na área. Segundo as investigações, alguns pecuaristas invadiam terras da União, comandavam desmatamentos e contratavam policiais militares para fazer a proteção das máquinas e das áreas de desmatamento.

Os moradores dessa área eram expulsos e ameaçados. Durante o período de investigação, uma tentativa de homicídio contra um pequeno produtor foi registrada.

Ao longo dos últimos anos, os investigados foram alvo de 169 autos de infração lavrados pelo Ibama, somando aproximadamente R$ 147 milhões em aplicação de multas, referente a uma área de 86 mil hectares, duas vezes maior do que a área urbana de Rio Branco.

A Operação
São mais 180 policiais envolvidos na operação que ocorre no Acre, Amazonas e Minas Gerais. O Exército também reforçou a ação. A operação recebeu o nome de Ojuara, por ser tema de livro e filme brasileiros que narram as aventuras do personagem, indivíduo que teria desafiado o Diabo, fazendo referência ao codinome de um dos investigados.


G1 Acre

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