Mais de 200 pessoas que atuam como
serventes, merendeiras e vigias em escolas da rede estadual em Cruzeiro do Sul,
interior do Acre, paralisaram suas atividades em protesto contra o atraso,
segundo eles de três meses, no pagamento de seus salários. Liderados pela
diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) e representante
da Central Única dos Trabalhadores (CUT), percorreram as ruas do Centro da
cidade e foram a até o escritório da empresa MM Ativa, responsável pelos
contratos, para cobrar uma solução.
O representante da
CUT na cidade, João Sandim, lembrou aos manifestantes que é esse o modelo de
mão de obra que está sendo votado no Congresso Nacional. Se referindo a PEC
4330, que prevê a contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade
e não estabelece limites ao tipo de serviço que pode ser alvo de terceirização.
“O reflexo dessa medida que estão querendo
aprovar em Brasília está aqui. Pais e mães sem receber salário, enquanto
secretários e cargos de confiança não atrasam. Os trabalhadores são tratados
dessa forma. Estamos na rua para dar um basta. Somos contra a terceirização dos
serviços públicos. É preciso garantir e respeitar os direitos constitucionais
do trabalhador”, enfatiza.
O representante da
empresa em Cruzeiro do Sul, que se identificou apenas por Alexandre, não quis
se manifestar a respeito do assunto. No entanto, recebeu uma comissão composta
por sindicalistas e servidores onde se comprometeu em solucionar o problema até
o dia 24 deste mês. O G1 tentou acompanhar a
reunião, mas foi impedido por Alexandre.
Após a reunião,
Valdenízio Leitão, presidente do Sinteac, disse que a empresa reconheceu o
atraso justificando que havia um problema de uma certidão junto a Receita
Federal, mas que o problema será resolvido nas próximas horas.
Segundo o
sindicalista, caso a empresa não cumpra o acordado, a categoria entrará em
greve por tempo indeterminado. “Expliquei ao gerente da empresa que paramos por
um dia em advertência, mas que os servidores vão retornar ao trabalho e se o
pagamento não for efetivado, vamos parar por tempo indeterminado”, garante.
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