Na decisão, Zavascki esclareceu que Lula e ex-ministros
não são investigados na operação
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou hoje (2) a Polícia Federal (PF) a tomar os depoimentos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ex-ministros e de investigados na
Operação Lava Jato ligados ao PP, ao PMDB e ao PT.
Na decisão, Zavascki esclareceu que Lula e ex-ministros
não são investigados na operação. “No caso, as manifestações dessas autoridades
(PGR e PF) são coincidentes no sentido de que as pessoas a serem ouvidas em
diligências complementares não ostentam a condição de investigadas, mas,
segundo se depreende do requerimento da autoridade policial, a condição de
informantes”, disse o ministro.
A autorização teve parecer favorável do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot. O ministro concedeu prazo de 80 dias para que
todas as diligências sejam cumpridas. As oitivas fazem parte do maior processo
da Lava Jato que tramita no Supremo e investiga formação de quadrilha de
políticos acusados de receber propina do esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo a PF, os depoimentos são necessários diante das
acusações feitas por diversos delatores, que envolvem parlamentares que fizeram
parte da base de apoio ao governo Lula. “Faz-se necessário trazer aos autos as
declarações do então mandatário maior da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, para
que apresente a sua versão para os fatos investigados, que atingem o núcleo
político-partidário de seu governo”, justificou a PF.
Com a prorrogação do inquérito, a PF também pretende ouvir
executivos de empresas que fizeram doações a parlamentares dos três partidos,
do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte; de Maria Cléia Santos, assessora
do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), além do presidente do PT, Rui Falcão, e do
ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. A Polícia Federal pediu
também que sejam ouvidos a ex-ministra da Secretaria de Relações Institucionais
Ideli Salvatti, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República
Gilberto Carvalho e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Procurado pela Agência Brasil, o Instituto Lula diz que
ainda hoje deve se manifestar sobre o assunto.
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