Tedros pontuou que a desigualdade vacinal no mundo favorece o surgimento de novas variantes
O diretor-geral da Organização Mundial da
Saúde (OMS), Tedros Adhanom, advertiu hoje (22) que nenhum país sairá da
pandemia de covid-19 com doses de reforço de vacinas.
– Nenhum país poderá sair da pandemia com
doses de reforço – disse ele.
Tedros tem se manifestado reiteradamente
contra a administração de doses adicionais de vacinas contra a Covid-19 quando
uma parte da população mundial, os mais pobres, especialmente na África,
continua sem receber o imunizante.
Segundo o dirigente da OMS, que falou em
entrevista coletiva virtual, os “programas indiscriminados de reforço” de
vacinação “tendem a prolongar a pandemia, em vez de acabá-la, desviando as
doses disponíveis para países que já têm altas taxas de vacinação, dando,
assim, ao vírus mais oportunidade de se espalhar e sofrer mutações”.
A advertência de Tedros Adhanom é feita
quando vários países avançam com o reforço da vacinação contra a Covid-19 com
uma terceira dose. Israel decidiu administrar a quarta dose em pessoas com mais
de 60 anos e em profissionais de saúde por causa da variante Ômicron do novo
coronavírus, considerada mais contagiosa.
O médico etíope destacou que as doses
convencionadas das vacinas contra a Covid-19 (duas doses) “continuam eficazes”
contra as variantes do SARS-CoV-2, incluindo a Ômicron, e que “a grande maioria
das internações e mortes são de pessoas não vacinadas, e não de pessoas que não
têm doses de reforço”.
Há uma semana, Tedros Adhanom disse que não
havia “provas da eficácia das doses de reforço” contra a Ômicron, que se
propaga rapidamente, em um ritmo sem precedentes.
De acordo com o comitê de peritos da OMS
para a política vacinal, pelo menos 126 países deram instruções para a
administração de uma dose de reforço ou para uma vacinação suplementar (por
exemplo, de crianças), dos quais 120 já iniciaram as campanhas de inoculação
com esse propósito. A maioria desses países é rica.
A Covid-19 é uma doença respiratória
causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019, em Wuhan,
cidade do centro da China, e que se disseminou pelo mundo.
Fonte: Pleno News
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