terça-feira, 7 de julho de 2020

JORDÃO: Depois de 20 anos seringueiros voltam a ganharem dinheiro produzindo borracha no município.


 
Ser. Antônio Figueira recebendo seu pagamento
e sendo parabenizado por ter feito a maior
quantia de borracha até o momento com 446 kg. 
O município de Jordão localizado no interior do Estado do Acre é um município que cresceu impulsionado pelo grande ciclo da borracha nos anos 60 a 70 quando milhares de seringueiros emprenharam-se pelos seringais, em sua maioria vindos do nordeste brasileiro, em busca do látex.

Na época, a borracha ainda se recuperava da grande queda sofrida pelo contrabando de 70 mil sementes feito pelo senhor Sir. Henry Alexandre Wickham (1846-1928), um botânico inglês que viveu na região de Santarém –PA em 1876, para Ásia.

Devido a insistência dos seringalista a produção da borracha se estendeu até os anos 90 e início dos anos 2000, quando definhou de vez, deixando centenas de milhares de famílias em total miséria e sem uma perspectiva de vida alternativa para garantir a sobrevivência de sua família.

20 anos depois, a única associação no município (ASAREAT) que representa esses antigos seringueiros, através do seu presidente João Braz, não desistiu de buscar parcerias para voltarem a produzir borracha pois ainda era o sonho de muitos deles antes de atingir sua velhice.
 
Presidente da Asareat João Braz alegre com a quantia da produção de borracha 
A primeira tentativa foi e 2015 através do governo do estado mas não deu certo, foi apenas mais uma promessa. Em 2016, participando de uma oficina em Tarauacá, a demanda foi repassada a Cooperativa Agroextrativista de Tarauacá-CAET, que despertou interesse e de lá pra cá foram 4 anos em busca de parcerias para impulsionar esse mercado. Foi quando a Associação SOS Amazônia conseguiu um projeto para fazer um levantamento da demanda pois a empresa Vest pretendia ampliar sua produção de tênis e precisava de borracha Acreana, de preferência.      

Hoje estamos concretizando a realização do sonho de muita gente, que ainda sonhavam em voltar às suas origens de seringueiros e ganhar dinheiro, dessa vez sem serem engados por um seringalista esperto. Ver as pessoas felizes com tudo isso nos deixa feliz também. Estão todos de parabéns.  Disse João Braz.

Para a presidente da CAET Socorro Amorim, a satisfação de tudo isso é ver que realmente o povo quer trabalhar, tem coragem e mostraram isso com a produção que superou a expectativa.


Quando eu ouvir a notícia no rádio pelo presidente da Asareat João Braz que havia a possibilidade dos seringueiros voltarem ganhar um dinheiro honesto e justo com a volta da seringa, a esperança por dias melhores na minha  família voltou a tocar meu coração e fiz uma simples oração a Deus para desse certo pois, estávamos cansados. Antes nossa renda baseava-se, na venda de algumas galinha, ovos, alguns queijos e farinha que ao todo somavam cerca de 5 mil por ano sem incluir as despesas e nosso trabalho. Com a borracha essa renda irar dobrar se Deus quiser- Disse dona Sebastiana esposa do seringueiro Manoel de Jesus(Duda).
 
Dona Sebastiana com seu esposo e filhos recebendo o pagamento da borracha.
Ouvimos muitas críticas de pessoas da cidade e também da zona rural dizendo que os seringueiros que receberam ajuda para iniciar os trabalhos, faltou receberem coragem pois eram uns preguiçosos e vimos que o povo é trabalhador e só precisa de um incentivo. Vale ressaltar que esse projeto até agora não recebeu ajuda do governo do estado, nem do governo municipal de Jordão ou vereadores. Foi financiado por Ong da Inglaterra juntamente com a empresa Vest da França que é o comprador internacional, o projeto para levantamento socioeconômico executado através da SOS Amazônia e a compra da borracha do seringueiro é feita pela Cooperativa de Tarauacá CAET.


Continuarei lutando até meus últimos dias à frente da associação para que possamos juntos, melhorar a vida das pessoas.










 













Parceiros:
P4F da Inglaterra
Vest
ICMBio
Caet
Asareat




Por João Braz

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