O presidenciável Jair
Bolsonaro (PSL) tem razões para comemorar o último levantamento do Ibope, divulgado
na terça-feira (11), a despeito de seus aliados questionarem as pesquisas de
intenção de voto de grandes institutos.
Em diferentes
recortes, o Ibope traz uma série de boas notícias para o candidato do PSL, que
o consolidam na liderança e o fortalecem na disputa da vaga no segundo turno. O
campo da pesquisa, é verdade, foi feito na esteira do atentado contra a vida do
candidato, na quinta-feira passada (6), o que pode ter captado mais fortemente
uma empatia ou comoção do eleitor em relação ao episódio (o Ibope foi feito
entre sábado, 8, e segunda-feira, 10, enquanto o Datafolha, apenas na
segunda-feira, 10). Ainda assim, mergulhando na pesquisa, há indicativos de que
sua vantagem em relação aos concorrentes não é apenas conjuntural.
Em relação ao
levantamento do Ibope do começo do mês, Bolsonaro cresceu quatro pontos
percentuais, chegando a 26% das intenções de voto. Também aumentou sua votação
na pesquisa espontânea (quando não é apresentado o nome do candidato): passou
de 17% para 23%. Esse porcentual é importante porque mostra o quão consolidado
o nome do candidato está na cabeça do eleitor (32% dos homens falam que votarão
nele sem serem questionados). Além disso, 54% dos seus eleitores dizem que não
pretendem mudar o voto, uma taxa de convicção mais alta que a de todos os
candidatos (na pesquisa anterior era de 41%).
A rejeição também
caiu, embora seja especialmente grande entre as mulheres (50% delas dizem que
não votam nele). Ele tinha 44% de rejeição, agora tem 41%. A queda na rejeição
foi expressiva entre os mais ricos: passou de 46% entre os que ganham mais de
cinco salários mínimos para 39%.
O percentual, no
entanto, continua a ser um grande problema para o candidato do PSL no segundo
turno, quando o eleitor tende a votar em quem rejeita menos (e pode também
alimentar um movimento de voto útil no primeiro turno). Apesar disso, nas
simulações de segundo turno do Ibope, Bolsonaro melhorou o desempenho, chegando
a empatar em 3 dos 4 cenários – na pesquisa anterior ele perdia em 3 e empatava
em 1, contra o candidato do PT, Fernando Haddad. Agora, ele aparece
tecnicamente empatado, mas numericamente à frente de Haddad com 40% das
intenções de voto contra 36% do petista.
Bolsonaro cresceu
também entre grupos que tinham mais resistência a ele, como o de eleitores
acima de 55 anos. Passou de 18% das intenções de voto para 26%, um crescimento
de 8 pontos percentuais – ele também cresceu entre todas as faixas etárias de
25 a 54 anos.
Ele foi o
candidato que mais ampliou sua intenção de voto pelas diferentes regiões do
país, chegando a 37% das intenções de voto no Sul – um crescimento de 14 pontos
percentuais. Nessa região, que tradicionalmente votava com o PSDB,
Geraldo Alckmin ainda encontra como empecilho
o candidato do Podemos, Alvaro Dias, que cria um teto de crescimento para o
tucano (os dois têm 8% das intenções de voto). Bolsonaro também teve aumento de
5 pontos percentuais nas regiões Sudeste e Centro-Oeste/Norte, onde tem
respectivamente 29% e 31% das intenções de voto.
De certa maneira,
a intenção de voto de Bolsonaro reprisa o desempenho dos tucanos na eleição de
2014, que foram vitoriosos nas regiões Sul e Centro-Oeste, em São Paulo,
Espírito Santo e parte da região Norte (o Nordeste votou com o PT). A região
Nordeste foi a única em que ele apresentou queda na intenção de voto: passou de
15% para 12%.
Parafraseando um
jargão do mundo político, pesquisa é uma fotografia de momento. Mas, agora,
quem está bem na foto é candidato do PSL. Na sexta-feira, haverá novamente
pesquisa Datafolha.
Fonte: G1.com
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