sábado, 22 de setembro de 2018

“Desejo continuar com a minha profissão, mas temo pela minha vida”, diz professor agredido em sala de aula no RJ.




Na porta da sala onde aconteceram as humilhações, há uma inscrição 'Turma do terror'. Segundo ele, agressões são constantes, mas sempre acreditou que ia 'resolver com o diálogo'.

Uma rotina de agressões. É assim que o professor de língua portuguesa Thiago dos Santos Conceição, de 31 anos, define a rotina no Ciep Mestre Marçal, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Imagens gravadas por um dos estudantes na última terça-feira (18) mostram diversas agressões promovidas pelos alunos quando ele tentava aplicar uma avaliação para uma turma do 9º ano. Agora, ele teme voltar às salas de aula.

“Eu desejo continuar com a minha profissão, mas temo pela minha vida”, destacou Thiago, que chora ao lembrar do episódio.

Depois do episódio, ele pediu afastamento porque não tinha condições de voltar a dar aula para os jovens. Thiago tem a consciência de que não é um caso isolado e que outros professores no Rio de Janeiro e em outros estados passam por situações semelhantes a dele.

“Eram constantes as agressões, mas a gente sempre acha que vai resolver com diálogo”, destacou o professor, que leciona há dez anos.
Thiago começou a trabalhar no Ciep em fevereiro, no começo do ano letivo. Desde o início, a rotina era de agressões verbais e de insultos. O professor chegou a procurar a direção da instituição e revelou o problema, mas, segundo ele, nenhuma providência foi tomada.

Apesar da violência, Thiago diz que sempre insistiu em usar o conhecimento para transformar a realidade em que vivem os alunos.
“Todas as minhas aulas eu falo sobre a importância do diálogo, sobre a importância da educação”, revelou Thiago, emocionado.


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