domingo, 16 de novembro de 2014

Estupros no Acre superam número de homicídios dolosos em 2013.

Levantamento foi realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em 2013, foram 195 vítimas de homicídio e 345 casos de estupros.
O número de estupros registrados no Acre em 2013 superou o de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar). É o que mostra a 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública esta semana. Enquanto em todo o estado foram registradas 195 vítimas de homicídios, os casos de estupro chegaram a 345, ou seja, praticamente um estupro por dia.

A pesquisa ressalta que apenas 35% das vítimas de estupro costumam ir à polícia, o que significa que os números devem ser ainda maiores. Apesar da situação preocupante, o número de casos diminuiu no Acre. Em 2012, foram 396 casos registrados de estupro, o que corresponde a uma taxa de 52,2 estupros por grupo de 100 mil habitantes. O número caiu em 2013 para 345 casos, ou seja, 44,3 estupros para cada 100 mil habitantes.

Já os dados de tentativa de estupro foram de 50 casos registrados em 2012 para 47 casos em 2013, em Rio Branco. Isso fez com que a taxa para cada 100 mil habitantes diminuísse de 6,6 casos para 6 nos dois anos pesquisados.
Apesar do número de vítimas de homicídio doloso ser menor que o de estupros, os casos aumentaram,  passando de 177 vítimas em 2012 para 195 vítimas em 2013. Com isso, a taxa subiu de 23,3 para 25 casos para cada 100 mil habitantes. O número de ocorrências policiais de homicídios dolosos passou de 174 casos em 2012 para 192 em 2013. A taxa subiu de 22,9 para 24,6 por cada 100 mil habitantes, tendo uma variação de 7,4%.

A coordenadora de Direitos Humanos da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Joelda Paes, diz que os números de estupros são elevados para a população do estado. "Isso só comprova o trabalho educativo que ainda temos que realizar para mudar essa realidade. Porque o estupro é a prova cabal na questão do machismo, no tratamento das mulheres como coisas e na violação do direito das mulheres como donas do próprio corpo. As mulheres têm tanto medo do estupro que elas não saem sozinhas de casa de madrugada, isso interfere no próprio direito de ir e vir dessas pessoas", afirma.

A especialista ressalta que as mulheres que sofreram o estupro devem procurar em 72 horas o Maternidade e Clínica de Mulher Bárbara Heliodora ou qualquer unidade de saúde. "Ela pode tomar a pílula do dia seguinte e as vacinas que vão impedir que a mulher tenha alguma doença, e depois denunciar, para impedir que haja a impunidade", alerta Joelda.

Crimes letais intencionais

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