quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Crianças e adolescentes são filmados em feste de Halloween no Jordão fazendo coreografias eróticas ao som do Funk proibidão.

 

Imagem: Polêmica Paraíba

Recentemente aconteceu no município de Jordão uma festinha organizada especificamente para o publico infanto-juvenil em alusão ao dia de Halloween que acontece véspera ao dia de todos os santos primeiro de novembro em vários países do mundo.

Segundo a Coordenadora de Cultura da Secretaria de Educação do município Lourrana Souza, a festa foi realizado pelos adolescentes do NUCA é uma festa beneficente que eles fazem todo fim de ano. A entrada custa um quilo de alimento ou 10 reais que é convertido em alimentos e doados em forma de cestas básicas às famílias mais carentes do município, sem contar que a festa é inteiramente para crianças e adolescentes, sendo proibido a entrada de álcool ou cigarro.

O (NUCA) É O Núcleo de Cidadania de Adolescentes um grupo de adolescentes que participa do Selo UNICEF, uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

O NUCA é composto por adolescentes de 12 a 18 anos que moram em cidades que fazem parte do Selo UNICEF e tem como objetivo estimular e garantir a participação cidadã dos adolescentes em questões relevantes para suas vidas. Os adolescentes são incentivados a promover discussões, criar campanhas e participar de espaços de decisão de políticas públicas do município.

O crime por trás da Erotização precoce das crianças

Apesar da iniciativa do projeto ser até louvável, não há como negar que inserida na mesma atividade está a adultização e a erotização infantil desses adolescentes e isso é uma questão alarmante que afetam o desenvolvimento saudável das crianças no Brasil. Segundo o levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, as denúncias de exposição de crianças e adolescentes em ambientes como esses e também na internet estão entre os cinco tipos de violações mais recorrentes no Disque 100. Esse dado revela a gravidade do problema, que vai muito além dos espaços sociais, influenciando também o comportamento, a saúde mental e o futuro dessas crianças.

É preciso respeitar a fase em que esses adolescentes se encontram e não pular etapas. “Temos que prezar pelas condições psíquicas, competências intelectuais e pelo desenvolvimento físico próprio da infância. Expor as crianças a experiências que elas não estão preparadas pode gerar traumas”, explica a psicóloga do Hospital Pequeno Príncipe, Daniela Prestes.

De acordo com a profissional, a sexualidade faz parte do desenvolvimento do ser humano. O problema está na erotização precoce. “O que ocorre é uma banalização da sexualidade e uma vulgarização das relações humanas. Quando os meninos e meninas estão sujeitos a condições que não estão de acordo com a sua faixa etária, a sexualidade é desviada para uma objetificação dos corpos, para o sensual, para o que excita”, aponta.

Depois das publicações dos vídeos nas redes sociais o Conselho Tutelar do Município se apropriou do material e estão procurando as autoridades competentes, pois acreditam que um crime foi cometido contra essas crianças.

Segundo alguns internautas consultados pela nossa redação, a situação é inadmissível que crianças nessa faixa etária sejam submetidas a isto. 




Os direitos a preservação a sexualidade das crianças deve ser protegidos pelo estado, uma vez que criança não tem consciência dessa condição, mas pode ser influenciada por ela quando adulta. “Isso pode refletir na construção das emoções, nas relações afetivas e no estabelecimento de papéis dentro de uma casa, por exemplo,”, destaca a especialista.

O papel dos pais, dos cuidadores e de toda a sociedade, nesses casos, é proteger os meninos e meninas. “Não devemos exagerar e impedir que eles escutem músicas com letras impróprias ou vejam coisas com as quais não estão preparados para lidar. Isso é inevitável. Mas temos o dever de não alimentar essas ações e dialogar com eles sobre o que viram e ouviram”, disse a psicóloga.

Preservar a saúde da criança e guardar seus direitos é lei, o cuidado integral dos meninos e meninas é um direito fundamental previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. “Seguindo esses princípios, teremos adultos mais bem formados e aptos para construir uma sociedade melhor”, afirma Daniela.

As consequências podem ser graves e resultar até mesmo em abusos e violência.



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