O Ibovespa subiu
3,56%, a 91.012 pontos, renovando recorde de fechamento.
O principal
indicador da bolsa brasileira, a B3, fechou em forte alta nesta quarta-feira
(2), renovando recorde histórico, com os investidores monitorando os
primeiros passos do novo governo. O mercado também digere os dados da
economia internacional, mas neste pregão colocou em segundo plano a preocupação
com uma desaceleração global.
O Ibovespa subiu
3,56%, a 91.012 pontos, renovando recorde de fechamento. Na máxima do dia,
chegou a 91.478 pontos, batendo também o recorde intradia de 3 de dezembro
(91.242 pontos) . Veja mais
cotações.
O patamar mais
alto de pontuação de fechamento também havia sido alcançado 3 de dezembro
(89.820 pontos).
Já o
dólar fechou em queda de 1,69% nesta quarta, vendido a R$ 3,8087,
também repercutindo as as notícias sobre o primeiro dia do governo de Jair
Bolsonaro, que tomou posse no dia anterior.
Ao longo desta
quarta, ocorre a transmissão de cargos para os novos ministros, entre eles
Paulo Guedes, novo ministro da Economia. No discurso de posse, Guedes
disse que a Previdência Social, as privatizações e a simplificação de tributos
são os "pilares da nova gestão".
"O mercado
vai reagir pontualmente sempre que alguém (do novo governo) fizer
declarações", disse à Reuters o operador de câmbio da Necton Corretora,
José Carlos Amado.
Paulo Nepomuceno,
estrategista-chefe da corretora Coinvalores, afirma que o ano começa com um
certo otimismo com o novo governo de Jair Bolsonaro, após a posse presidencial.
“A transição [entre governos] foi relativamente tranquila e agora, com as
rédeas nas mãos, vamos saber o que o novo governo vai priorizar”, afirmou ao
Valor Online.
Durante a posse,
Bolsonaro disse que o governo fará “reformas estruturantes, que serão
essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas,
transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades”. Muitos
investidores, no entanto, aguardam demonstrações mais concretas de que a equipe
terá a habilidade necessária para viabilizar os projetos.
O economista
chefe da Spinelli, André Perfeito, disse à Globonews que o que se vê no mercado
"é um investidor local ainda muito encantado com a figura de Paulo Guedes
e de Bolsonaro", enquanto o investidor estrangeiro ainda tenta entender
quais serão as políticas efetivamente adotadas pelo novo governo.
Eletrobras dispara
O bom desempenho
da bolsa foi ajudado pelos papéis da Eletrobras. As ações ordinárias da estatal
subiram 20,72% e as preferenciais, 13,77%, no primeiro pregão após vender sua
distribuidora Ceal (AL). O mercado também repercute a fala do novo ministro
de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque Júnior, que disse nesta
quarta que dará
prosseguimento ao processo de capitalização da Eletrobras. O processo,
iniciado durante o governo do ex-presidente Michel Temer, previa a privatização
da estatal por meio da emissão de ações.
Os investidores
também reagiram ao noticiário do dia trazendo que a Odebrecht pagará
cerca de R$ 161,9 milhões à elétrica após acordo relacionado à
operação Lava Jato, e que o presidente da empresa, Wilson
Ferreira Jr., foi convidado pelo governo Bolsonaro para continuar no comando da
estatal e disse que aceitou a oferta.
A Petrobras teve
alta de 6,26% nas ações preferenciais e de 5,35% nas ordinárias. As ações do
Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil também tiveram alta entre 4% e 6%,
ajudando a puxar o Ibovespa para cima.
Cenário externo
No cenário
internacional, os investidores reagem aos novos indicadores da economia chinesa
que reforçam os sinais de desaceleração da economia global, destaca a Reuters.
"Temores sobre uma desaceleração na China, em meio a tensões
comerciais com os EUA, aumentaram nos últimos meses", destacou à
agência o analista Jasper Lawler, do London Capital Group.
A atividade
industrial da China contraiu
pela primeira vez em 19 meses em dezembro, mostrou a pesquisa Índice de
Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, divulgada nesta
quarta.
Último pregão
No último pregão
de 2018, o Ibovespa
subiu 2,84%, aos 87.887 pontos. No ano, acumulou alta de 15%.
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