Quando a
indignação de incontáveis brasileiros com as bandalheiras em que se meteu
Fernando Collor passou a ser traduzida em manifestações de rua, o deputado
gaúcho Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara, entendeu que o impeachment se
tornara inevitável — e repetiu a frase que soava como regra sem exceções: “O
Congresso sempre acaba fazendo o que o povo quer, desde que a vontade popular
se manifeste nas ruas”.
“Eu não ajo sob
pressão!”, irritou-se o presidente Ernesto Geisel em 1976, quando
confrontado com a onda de descontentamento provocada pelo ritmo
vagaroso do processo de abertura política. “Eu só ajo sob pressão”, replicou o
deputado Ulisses Guimarães, que se transformara num doutor em
comportamento político graças à longa experiência no Congresso.
Rodrigo Maia e
Davi Alcolumbre continuam fabricando espertezas para impedir que o Congresso
aprove, com urgência, medidas que permitirão o começo do cumprimento da pena
depois da condenação em segunda instância. É isso o que o povo quer. Pelo
visto, nenhum dos dois sabe o que Ibsen e Ulisses sabiam. Não demorarão a
aprender a lição. Só que do jeito mais difícil.
R7.com
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