Edição desta semana acusa o PT de promover baixarias e
disseminar mentiras contra a candidata Marina Silva, do PSB; uma dessas
mentiras, segundo Veja, é o fato de Marina ser sustentada por uma banqueira; o
problema central da reportagem é que as mentiras são verdades (basta lembrar
que Neca Setubal, herdeira do Itaú, bancou 83% dos gastos do instituto de
Marina) e que o confronto de ideias e posições faz parte do processo
democrático; capa de Veja é reação da Marginal Pinheiros às mais recentes
pesquisas sobre a sucessão presidencial, que voltam a apontar o favoritismo de
Dilma.
Na ausência de um novo
escândalo, a revista Veja desta semana optou por dedicar sua capa a uma peça de
propaganda em favor de Marina Silva, candidata do PSB à presidência da
República.
Na
capa "A fúria contra Marina", a revista acusa o Partido dos
Trabalhadores de promover baixarias contra a candidata que, hoje, representa a
esperança de vitória de setores mais conservadores da sociedade brasileira na
disputa presidencial de outubro. "Nunca antes neste país se usou de tanta
mentira e difamação para atacar um adversário como faz agora o PT", diz o
subtítulo.
Veja
não se referia às diversas tentativas frustradas comandadas por ela própria
para tentar impedir vitórias do PT em 2002, 2006 e 2010, como as capas sobre os
dólares de Cuba, o apoio financeiro das Farc ao PT ou os pacotes de dinheiro
entregues na Casa Civil – teses que jamais se comprovaram.
O
tema da reportagem desta semana é a crítica que começou a ser feita, pelo PT, a
algumas contradições de Marina. O texto de Veja lista o que chama de "as 6
mentiras de Dilma". Seriam as seguintes: Marina vai abandonar o pré-sal,
será um novo Collor, Banco Central independente significa miséria para os
brasileiros, Marina é sustentada por banqueiros, vai acabar com o Bolsa-Família
e vai tirar R$ 1,3 trilhão de reais da educação e da saúde.
O
problema é que muitas dessas "mentiras" estão mais próximas da realidade
do que da fantasia. Foi a própria Marina quem, em seu programa de governo,
negligenciou o pré-sal, dedicando algumas poucas linhas ao grande vetor da
economia brasileira nos dias de hoje.
Sobre
o fato de ser sustentada por banqueiros, é uma verdade absoluta. Afinal, Neca
Setubal, herdeira do Itaú doou 83% dos recursos que bancam seu instituto. E
graças a essa generosidade passou a falar em nome da candidata, defendendo uma
agenda que atende ao interesse de bancos privados, com propostas como a independência
do Banco Central.
Sobre
ser um novo Collor, a crítica do PT não é dirigida à personalidade de Marina,
mas sim à sua falta de sustentatação política e ao fato de se colocar acima dos
partidos, com sua promessa de uma "nova política".
Ao
vitimizar Marina, Veja sinaliza que, hoje, acredita mais na candidata do PSB do
que em Aécio Neves, do PSDB, como alternativa mais viável para derrotar o PT.
Hoje, faltam pouco mais de vinte dias para as eleições presidenciais, período
que comporta mais três capas de Veja.
Ao
que tudo indica, o arsenal de denúncias da revista se esgotou e resta à editora
da Marginal Pinheiros apelar a novas peças de propaganda política.
Aproveite seus
onze minutos e 24 segundos de programa eleitoral para o confronto de ideias e
não para recorrer a trucagens baratas em que pratos de comida somem de repente
da mesa das pessoas enquanto o narrador explica que é isso que vai acontecer se
Marina ganhar e der independência ao Banco Central. Em outra passagem, é o
conteúdo dos livros que desaparece em passe de mágica das mãos das crianças, o
que o PT assegura ocorrerá com a educação se Marina ganhar. Não devemos ser
convencidos por este discurso baseado em premissas falsas e conclusões
terroristas.
( Escreveu um jovem no facebook com embasamento: VEJA)
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