Ser. Antônio Figueira recebendo seu pagamento e sendo parabenizado por ter feito a maior quantia de borracha até o momento com 446 kg. |
O
município de Jordão localizado no interior do Estado do Acre é um município que
cresceu impulsionado pelo grande ciclo da borracha nos anos 60 a 70 quando
milhares de seringueiros emprenharam-se pelos seringais, em sua maioria vindos
do nordeste brasileiro, em busca do látex.
Na
época, a borracha ainda se recuperava da grande queda sofrida pelo contrabando
de 70 mil sementes feito pelo senhor Sir. Henry Alexandre Wickham (1846-1928),
um botânico inglês que viveu na região de Santarém –PA em 1876, para Ásia.
Devido
a insistência dos seringalista a produção da borracha se estendeu até os anos
90 e início dos anos 2000, quando definhou de vez, deixando centenas de
milhares de famílias em total miséria e sem uma perspectiva de vida alternativa
para garantir a sobrevivência de sua família.
20
anos depois, a única associação no município (ASAREAT) que representa esses
antigos seringueiros, através do seu presidente João Braz, não desistiu de
buscar parcerias para voltarem a produzir borracha pois ainda era o sonho de
muitos deles antes de atingir sua velhice.
A
primeira tentativa foi e 2015 através do governo do estado mas não deu certo,
foi apenas mais uma promessa. Em 2016, participando de uma oficina em Tarauacá,
a demanda foi repassada a Cooperativa Agroextrativista de Tarauacá-CAET, que
despertou interesse e de lá pra cá foram 4 anos em busca de parcerias para
impulsionar esse mercado. Foi quando a Associação SOS Amazônia conseguiu um
projeto para fazer um levantamento da demanda pois a empresa Vest pretendia
ampliar sua produção de tênis e precisava de borracha Acreana, de preferência.
Hoje estamos concretizando a realização do sonho de muita gente, que ainda sonhavam
em voltar às suas origens de seringueiros e ganhar dinheiro, dessa vez sem
serem engados por um seringalista esperto. Ver as pessoas felizes com tudo isso
nos deixa feliz também. Estão todos de parabéns. Disse João Braz.
Para
a presidente da CAET Socorro Amorim, a satisfação de tudo isso é ver que
realmente o povo quer trabalhar, tem coragem e mostraram isso com a produção
que superou a expectativa.
Quando
eu ouvir a notícia no rádio pelo presidente da Asareat João Braz que havia a
possibilidade dos seringueiros voltarem ganhar um dinheiro honesto e justo com
a volta da seringa, a esperança por dias melhores na minha família voltou a tocar meu coração e fiz uma
simples oração a Deus para desse certo pois, estávamos cansados. Antes nossa
renda baseava-se, na venda de algumas galinha, ovos, alguns queijos e farinha
que ao todo somavam cerca de 5 mil por ano sem incluir as despesas e nosso
trabalho. Com a borracha essa renda irar dobrar se Deus quiser- Disse dona
Sebastiana esposa do seringueiro Manoel de Jesus(Duda).
Ouvimos
muitas críticas de pessoas da cidade e também da zona rural dizendo que os
seringueiros que receberam ajuda para iniciar os trabalhos, faltou receberem
coragem pois eram uns preguiçosos e vimos que o povo é trabalhador e só precisa
de um incentivo. Vale ressaltar que esse projeto até agora não recebeu ajuda do
governo do estado, nem do governo municipal de Jordão ou vereadores. Foi financiado
por Ong da Inglaterra juntamente com a empresa Vest da França que é o comprador
internacional, o projeto para levantamento socioeconômico executado através da
SOS Amazônia e a compra da borracha do seringueiro é feita pela Cooperativa de
Tarauacá CAET.
Continuarei
lutando até meus últimos dias à frente da associação para que possamos juntos,
melhorar a vida das pessoas.
Parceiros:
P4F
da Inglaterra
Vest
ICMBio
Caet
Asareat
Por João Braz
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